Parque Regional de Manutenção/3 em Santa Maria,RS
O PqRMnt/3 foi criado em 1944, durante a 2[ª
Guerra Mundial, iniciando suas atividades na capital gaúcha, na Rua dos
Andradas, próximo ao Depósito de Material de Manutenção. Seu objetivo principal
era realizar a manutenção de veículos militares pertencentes às Unidades da 3ª
Região Militar situados no RGS.
Havendo necessidade de
ampliar a produção e a diversificação de serviços, a área física
disponível não permitia qualquer ampliação. A mudança de local tornou-se imperiosa,
devendo agregar outros componentes da atividade militar que contemplasse uma
posição estratégica e ficasse próximo das unidades a serem apoiadas.
Santa Maria, reunindo
todos os itens requeridos, foi selecionada para sediar as novas instalações do
Parque, no local denominado Passo da Areia. As obras iniciaram por volta de
1948 e, no início dos anos 50, já funcionava com todas as secções da sede
anterior.
Os primeiros prédios
construídos foram: Pavilhão das Oficinas Produtoras, Prédio da Cia de Comando e
Serviço, Prédio do Rancho com Cassino dos Oficiais, dos Sub-Ten e Sargentos e
Refeitório das Praças, Prédio da Usina de Energia Elétrica, Pavilhão das
Oficinas Auxiliares , Garagens e abrigos,
CS4 e Corpo da Guarda, além de pequenas construções de apoio.
As dificuldades surgiam
de todos os lados, tanto na adaptação ao novo local quanto à complementação do
quadro de pessoal que resistia em permanecer na capital devido a interesses familiares
e econômicos. O acesso ao local se dava pela Rua Ernesto Becker, passando em
pontilhão na travessia do Arroio Cadena com estrada de chão, tendo muita lama no inverno e
poeira no verão.
O efetivo de pessoal
no começo era constituído, conforme listado abaixo, indo até 1967:
Comando: Maj Durval Chaves, Cel
José Miranda Barcia(Diretor 1) seguido pelo Ten-Cel Marcos de Jesus Pereira
Porto(Diretor 2); Cel Aroldo (Eng. Técnico Mec e Eletricista, Maj Danilo do
Couto Camino(Sub-Diretor), Cap Aberides Rosário Pitelli(Dir. Téc), Cap
Guilherme Kapp(Eng. Eletricista)
a – Secção Administrativa:
1º Tem Lobato, 1º Sgt
Narciso Reis de Camargo, 2º Sgt Quilião, 3º Sgt Renê, 2º Sgt Ely, 3º Sgt Nardin, 3º Sgt
João Giraldi e outros.
b – Cia de Comando e Serviço:
Cmt da Cia: Cap Oscar
Pereira(1), Cap Helio Hey (2), Cap Paulo
Glassester Dornelles(3), 1º Ten Enio Meisner(4). Auxiliares:
Sub-Ten Deodoro da Fonseca Lerina (Depósito de Material, Armamento,
Fardamento), depois Sub-Ten Cachoeira; 1º Sgt Santos(Sargenteante1), depois 2º Sgt Jairo Monson de Souza, 3º Sgt José
Visentini-pqd(Instrução), 2º Sgt Anselmo-pqd(Instrução), 3º Sgt Bugges, Rancho: 1º Sgt Ivo da Silva(Chefe Rancho), 3º Sgt Otávio Pachera(Adm. de Rancho), 3º Sgt Valério Dondoni. Enfermaria: 3º Sgt Lauro da
Silva Rocha, 3º Sgt Jorge. Barbearia: Sr Augusto e José Carlos.
c – Oficinas Produtoras:
Cap Rodrigo Otávio da Silva(Chefe Geral)
c1 – Recepção e Expedição de Motores: 1º Sgt Adalberto Correia da Rosa
e 2º Sgt Eric Ricardo Werberich, 3º Sgt Hermes Bressan , depois Montagem de Motores.
c2 –
Desmontagem e Lavagem de motores: 3º Hermes Bressan
c3 – Retifica
e Ajustagem: 3º Sgt Jairo Monson de
Souza, 3º José Eloy da Luz, 3º Sgt Lélio Barbosa Schultz, Cb Aderico Enderle.
c4 – Prensa e
Preparo p/Retificaçao: 2º Valdomar Kaiser, 2º Sgt Paulo Souza, 3º Sgt J.
Alencar.
c5 – Montagem
de Motores: 2º Sgt Alcides Ferraz Flores, 2º Sgt Germano José Bortoluzzi,, 3º Sgt Enio Ubirajara Lima, 3º
Sgt Hermes Bressan. 3º Sgt José Carlos da Silva Ávila(mais tarde chefe da Linha
de Montagem; Prensa, Retifica, Montagem de
Motores e Amaciamento/Dinamômetro)
c6 –
Amaciamento de Motores: 2º Sgt Paulo Soares, 3º Sgt Irone José Liberali. Cb Antonio Pereira Piuga.
c7 – Usinagem:
1º Sgt Armando Schneider, 1º Sgt Élio D’Ávila Pedroso, 2º Sgt Agnelo Gonçalves de
Abreu, 2º Sgt Amir Nobre Pereira, 3º
Sgt Nilvon Paulo Zanini, 3º Sgt Onélio Amaro Schnor, 3º Sgt Adão, Cg Regis.
Oly Gonçalves , Cb Abreu
c8 –
Ajustagem de Peças e Conjuntos: 3º Sgt Adasir João Possebon, 3º Sgt Antonio
Ipiranga Pinto, 3º Sgt Newton Magalhaes Ferreira e outros.
c9 –
Eletricidade de Veículo: 3º Sgt Zonta, 3º Sgt Libório Kummer, outros
c10 –
Instrumentos de Painel: 3º Sgt Lorenzoni, 3º Sgt Manoel Gabriel Sobrinho, 3º Sgt
Osmar.
c11 –
Manutenção e Apoio: 1º Sgt Arnaldo Almeida, 2º Sgt Cercal, 2º Sgt Sidonal, 3º Sgt Muniz Rodrigues da Silva, 2º Adão Ferreira Aguiar,
c12 –
Almoxarifado: 1º Sgt João Nunes, 2º Sgt Lauro da Silva, 2º Sgt Almirante, Cb Pinto, 3º Sgt
Nascimento, Cb Raul.
c13 –
Chapeamento: 2º Sgt Gonçalo, 2º Sgt Trigueiro, 3º Sgt Souza, 3º Sgt Neni Soares de Lima, 3º Sgt
Grimalldi, 3º Sgt Pedroso
c14 –
Montagem Especial: 2º Sgt Wilson de Araujo Pedroso, 2º Sgt Paulo Souza
c15 – Secção
de Blindados: 3º Sgt José Jaworski, 3º Sgt Dotto, 3º Sgt Aldenir dos Santos
Pardo, Cb Olávio Pinheiro de Sá, Cb
Mário Altissimo Padoin
c16 - Secção de Apoio: 1º Sgt Adair Luiz Machado,
depois 2º Sgt Ney Barcellos Marques, 3º Sgt Pedroso, 3º Sgt Madeira, 2º Sgt Nei Barcelos Marques.
c17 - Recuperação de conjuntos e acessórios: 3º Sgt Mário Eduardo Barriles, 3º Sgt Adasir João Possebon, 3º Antonio Ipiranga Pinto, 3º Sgt Newton M. Ferreira.
c17 - Recuperação de conjuntos e acessórios: 3º Sgt Mário Eduardo Barriles, 3º Sgt Adasir João Possebon, 3º Antonio Ipiranga Pinto, 3º Sgt Newton M. Ferreira.
d - Secão
Técnica:
2º Sgt
Roberto Kniest, 3º Sgt João Giraldi e outros
e - Seção de
Registros, Orçamento, Planejamento e Outros:
2º Sgt Anselmo Swing, 3º Sgt João Camiá, Cb Mussói,,
f -
f – Oficinas Auxiliares:
Chefe: Cap Ataídes, depois 1º Ten José Correia
f1 – Secção de Baterias: 2º Sgt/1º Sgt
José Nunes de Oliveira(1), depois 2º Sgt Josué Picinni (2) e Cb Jonas
f2 – Estofaria/Correaria: 2º Sgt Adriano
Gomes, 3º Sgt Martinho e outros
f3 -
Marcenaria/Carpintaria: 3º Sgt Ari Carlos Bins, Cb Elias
f4 – Fundição/Ferraria: 1º Sgt José
Benatti, 2º Sgt Nilson Sebalhos, 3º Sgt Anselmo Girolete
Bairros, 2º Sgt Darci Ilha Godoy;
1º Sgt Raymundo Dias Correa
f5 -
Secção de Pintura: 3º Sgt Fernando Sperandio, 3º Sgt José Correia, Cb Ilo
Ziegler
f6 – Garagem de Viatura Pesadas: 1º
Sgt Getulio Cechim, depois 2º Sgt Germano José Bortoluzzi, 3º
Sgt Alceu Bueno, Cb Pedro Rafael Svein
g – Secção
de Transporte
3º Sgt Juarez(1), 3º Sgt Bueno(2), Cb
Geni, Cb Pedro Rafacb Svein, Cb Scherer,
Sd Odone e outros
h – Secção de Obras:
2º Sgt Pedro Alves(Gancho), 2º Sgt Adão Severo, Cb Rodrigues
i – Produção de Hortigrangeiros:
Cap Santiago,
depois 1º Ten Ademar Rodrigues, 3º Sgt Copatti, Cb e Sd.
Em virtude de ter já passado mais de meio
século, muitos nomes foram omitidos ou
escrito de forma incorreta, mesmo assim é possível confrontar o efetivo de
pessoal daquela época com o existente atualmente. Houve um significativo
aumento na construção de novos prédios e, consequentemente, no número de
serviços prestados, exigindo, é claro, um contingente de pessoal bem maior.
Naquela época o forte dos serviços do
Parque se concentrava na recuperação de motores, em veículos sobre rodas e pequenos reparos em
Carros Blindados, inclusive seu motor radial. Era o início da preparação de uma
secção mais ampla e equipada para atender uma demanda maior na linha de
blindados.
Durante sua existência, o Parque tem
primado pelo bom relacionamento entre superiores e subordinados sem descuidar da
hierarquia e disciplina no recinto de trabalho. Esta postura gerencial
conquistou a simpatia de seus integrantes que têm retribuído com serviços de
melhor qualidade e mais produtividade.
O Parque se diferencia de outras
Unidades pela natureza de suas atividades que estão mais voltadas à manutenção
de veículos que na preparação de combatentes. Os conscritos que ingressam na
Unidade, o fazem através da Cia de Apoio e recebem instrução básica num curto período, findo o
qual são direcionados à linha de produção. Este nível de instrução no serviço militar confere ao egresso o Certificado de
Reservista de 2ª Categoria e não de 1ª como o concedido aos incorporados em
corpo de tropa que tem instrução integral.
Nessa caminhada de cumprimento de seus
objetivos, atingindo suas metas propostas, o Parque tem-se considerado uma das
melhores Unidades para servir. Outros,
vão além, afirmando em depoimentos ostensivos, que é a melhor Unidade do País.
Este clima de entendimento tem levado seus seguidores a acreditar na geração de
uma nova família – A Família Parqueana
Para que este vínculo de família não se
desfaça, com a transferência para outra Unidade ou para a Reserva, foi
instituído um evento denominado “Encontro da Família Parqueana” que se realiza
duas vezes por ano. Esta iniciativa partiu do Ten Dilvio. Sua coordenação inicial
esteve a cargo do Ten Barreto e, atualmente, com o Sub-Ten Osiris. O local de
realização iniciou no recinto do PqRMnt/3, próximo ao Corpo da Guarda,
passando, mais tarde, a ser realizado no Restaurante do Clube Recreativo
Estância do Minuano, mediante convite de adesão para o almoço.
O bom humor da tropa tem-se mantido em clima
de boa convivêcia, graças à criatividade e
talento dos contadores de “causos”, anedotas e piadas, originados de
fatos reais ocorridos na Unidade. A seguir, relata-se algumas passagens históricas,
pitorescas e surpreendentes, sem qualquer intenção de diminuir ou desqualificar seu protagonista.
Campanha Frustrada
“ A Diretoria do Grêmio 1º de Julho foi informada que um de seus associados – Sgt Madeira, estava passando por dificuldade
e sua família estava se alimentando mal, devido a sua má situação financeira.
Foi realizada, então, uma campanha – “vaquinha” para arrecadar numerário,
envolvendo todos os integrantes do Parque. A importância arrecadada foi
entregue ao necessitado em reunião formal.
No dia seguinte soube-se que o beneficiado, do qual se esperava que
trouxesse alimento para seus filhos, aparece em casa com um Televisor Colorido,
recém lançado no mercado, sendo o 1º a adquirir este tipo de aparelho dentre os
associados! A indignação tomou conta dos
colaboradores”
Delação gratuita
“ Na época da Legalidade, durante um intervalo
nas Oficinas Produtoras, um grupo de Sargentos discutia os rumos da política,
cada qual emitindo sua opinião sobre os fatos que vinham ocorrendo em Porto
Alegre, diante da manifestação do Gen Machado Lopes. No dia seguinte, dois Sgts
do grupo foram intimados a comparecer diante do DOPS para prestar
esclarecimento sobre suas declarações do dia anterior. E agora, José ? Quem foi
o delator? – Mais tarde, após investigação, foi identificado, mas negou sempre”
Revólver Plástico
“ Ainda na
Legalidade, quartéis em prontidão, a mídia recomendava que ninguém portasse
arma de fogo em lugares públicos. Um Sgt do Parque foi ao Bar do Figueiró, Av.
Borges, esquina Rua V. Aires, e percebeu que um de seus clientes portava um
revólver 38 e, de imediato comunicou o fato a Policia Repressora que cercou o
Bar e passou a revistar a todos. Tal foi
a surpresa dos policiais ao se deparar que se tratava de um revólver de
brinquedo – Plástico. O denunciante não sabia como esconder a cara a tamanha
vergonha ! “
Incêndio no CS4
“ Certa noite
de verão estava de -Sgt de Dia - o 1º Sgt Raymundo, cearense da gema, com todo
seu linguajar nordestino. Às 21 horas veio um soldado da guarda, às pressas, pedir ajuda para debelar as chamas de um
incêndio que se irrompia no CS4, ocasião em que, ao invés de se preocupar em
combater o incêndio, ordenou ao Sd que saísse correndo para resgatar o Livro de
Partes para poder registrar a ocorrência no dia seguinte”
Extorsão mal sucedida
“ Em meados
de 1965, o DETRAN iniciou uma campanha nacional para emissão da
CNH padronizada e, para isso, solicitou apoio ao Diretor do Parque que liberou
um motorista experiente para fazer os testes de condução de veículo em ruas da
cidade. Dentre os candidatos a obtenção do documento, havia uma senhora,
repetente, que não conseguia aprovação no teste, ao tentar a parada e a partida na rampa da Rua Duque de Caxias,
esquina Rua Silva Jardim. Em não conseguindo vencer este obstáculo, o militar
propôs um procedimento ilícito, aprovar o candidato em troca de certa
importância em dinheiro. Fez o pagamento, porém, ao chegar em casa comunicou o
fato ao seu marido, um Cel do Exército. Resultado, ganhou 8 dias de folga no
Xadrês”
A farsa do Desenho Técnico
“ No inicio de 1967, dois Sgts do Parque
tinham permissão do Diretor para
frequentar curso superior. Um deles,
Faculdade de Odontologia; outro, Faculdade de Medicina, os quais compensavam em
outros horários. Além destes, outro Sgt, foi aprovado no Vestibular do Curso de
Engenharia da UFSM, o qual passou a frequentar as aulas em horário noturno em
1965 e 1966. Em 1967 o curso noturno foi extinto, permanecendo apenas o diurno.
O Sgt obteve permissão para estudar durante o dia, nas mesmas condições dos
acadêmicos de Odonto e Medicina. Mesmo com este benefício, solicitou ao Diretor
permissão também para assistir aulas
extras de Desenho Técnico para recuperar notas baixas. Certo dia o Sgt saiu de
manhã para assistir suas aulas extras, mas foi surpreendido por um oficial do
Parque jogando sinuca no Bar do Pezzi na 1ª quadra. Resultado: Foram canceladas
todas as licenças para estudar durante o
expediente. Consequência: Um dos Sgt deu
baixa para poder continuar no Curso de
Odonto. O outro, foi transferido para
outra unidade. O trapalhão prejudicou não só a si próprio, como também seus colegas”
Transferência, somente por permuta
“ Em
razão do corte de licença antes referenciado, houve uma predisposição de muitos militares em sair
da Unidade afim de buscar uma oportunidade de estudar um curso superior. Os
requerimentos com pedido de transferência eram encaminhados com o despacho: “Autorizo
o pedido de transferência desde que sua vaga seja preenchida por outro
profissional de mesma qualificação”.
Percebendo que essa rotina não beneficiava os requerentes, um dos prejudicados
quis se valer de forças espirituais, procurando um Centro Espírita. Ao ser informado
do método utilizado para sensibilizar o chefe, que era o uso do seu nome,
ocasião em que o “Preto Velho” perguntou ao consulente qual era o 1º nome do
Chefe. – Respondeu, Marcos. O PV teve um acesso de tosse, deu uma espirrada e
disse: “Este nome está protegido, pois é o nome de um dos Apóstolos de Cristo”.
Sugeriu, então, que dissesse o segundo
nome, se houvesse. O segundo nome dele é
Jesus, respondeu o consulente. O PV deu uma cuspida e descarregou: “ Não podemos fazer nada pelo senhor. O homem
é superprotegido. Procure outros meios”
Cel Aroldo e seus hábitos
“ Na
transferência do Parque, de Porto Alegre para Santa Maria, estava incluído no
quadro de pessoal o Cel Aroldo, especialista em conserto de Máquinas
Ferramentas, sendo solicitado sempre que um
equipamento sofria uma pane. Era costume trazer um banco baixo, uma
caixa de ferramentas e um pequeno bastão e seguir um ritual ao iniciar seu
trabalho. Sua primeira providência era examinar ao redor da máquina em pane se
havia no chão alguns objetos que se assemelhassem ao formato de uma cruz. Era o
momento de usar seu bastão para descaracterizar os vestígios de cruz,
espalhando tais objetos. Em sabendo desse costume, antes de cham-lo para um
conserto, o Sgt Nilvon Paulo Zanini, sempre aprontando as suas peripécias, se
encarregava de espalhar palito de fósforo nas redondezas e ficar de tocaia para
ver e ouvir os resmungos e xingamentos
do Cel Aroldo”
As ameaças dos ventos
“ Nos
primeiros anos da construção do Prédio das Oficinas Produtoras, tornou-se
frequente a ação de ventos fortes(Tornado, redemoinho, pé de vento, ciclone)
arrancar parte do telhado do prédio nas
imediações do Almoxarifado. Tal fenômeno vinha desafiando os engenheiros e
técnicos que recomendavam reforçar a estrutura acima dos limites de
tolerância. Mesmo assim continuava afetando
outros prédios construídos daquele modelo. Algumas argumentações técnicas
apontavam para a topografia do terreno que facilitava a canalização dos ventos que provocavam o efeito de bomba
de Flit”
Pontilhão sobre o Arroio Cadena
“ No início
da instalação do Parque, o acesso se dava pela Rua Ernesto Beck, passando sobre
um pontilhão no Arroio Cadena. Devido
ao intenso uso e a ação do tempo, principalmente às enxurradas, aquela obra foi se deteriorando,
havendo necessidade de refazê-la. Foi constituída uma equipe de trabalho, sob o comando do Maj
Danilo do Couto Camino, Sub-Diretor, auxiliado pelo Sgt Pedro, Cb Rodrigues e
outros. O transito foi desviado para a
Rua Venancio Aires para dar continuidade a obra. A reconstrução vinha se atrasando devido à
instabilidade do solo(arenoso), exigindo estacas mais profundas em busca de
solo firme. As escavações eram frequentemente interrompidas devido ao mau
tempo, principalmente pela forte correnteza que entupia as valas com areia e
lixo. Esta demora forçou a utilização do acesso pela Rua Venancio Aires e a
obra ficou em compasso de espera”
As aventuras do Pedrosinho
“ Um Sgt do
Parque, estudante do turno da noite do Colégio Manoel Ribas, enamorou-se da
Secretária da escola cuja família morava em Nova Palma. Numa de suas idas
àquela cidade, fez amizade com integrantes do time de futebol da localidade,
ocasião em que combinou uma partida de futebol com o time do Parque.
Determinado domingo, pela manhã, partiu de Santa Maria o caminhão ford da
Unidade, dirigido pelo Cb Geni, cedido pelo Diretor, levando o time do Parque
até Nova Palma,RS. Lá chegando e enfrentando um forte calor, os ocupantes do
veículo, seguindo pelas margens do Rio Soturno, não resistiram a tentação das
águas transparentes que convidavam a um
mergulho refrescante. Um dos atletas, Sgt Pedroso, saltou do veículo, colocou a roupa de banho e
se jogou na água, dando um mergulho sem antes avaliar a profundidade da água.
Teve uma ilusão de ótica e se jogou num monte de pedregulho, ralando-se todo,
indo da testa, rosto, peito, barriga e coxas até os pés. Resultado, foi
imediatamente levado ao pronto socorro local
que lhe aplicou mercúrio e esparadrapo nas partes raladas, parecendo-se mais com
um Frankstein. Sua alegria ao chegar se transformou em martírio ao retornar”
Ambulância Voadora
“ Havia um
depósito de carrocerias de ambulância no interior das Oficinas Produtoras
enquanto aguardavam recuperação do seu
motor e do conjunto de transmissão e suspensão. Ficavam suspensas sobre
cavaletes, permitindo a fácil movimentação por empilhadeira. Uma delas
ficava próximo à bancada de Montagem de Motores do Sgt Bressan que a utilizava para estudar nos intervalos
ou no fim do expediente quando concluía sua meta de montar 3 motores por dia. Num
fim de expediente, o Sgt Sidonal percebeu que alguém estava no seu interior,
resolveu fazer uma brincadeira com seu
ocupante. Suspendeu a carroceria com a empilhadeira na posição de
elevação máxima e fez uma volta no interior das Oficinas, chamando a atenção de
todos que assistiam àquela cena inusitada. Descarregavam gargalhadas ao verem aquela ambulância voar
perto de sua secção. Não passava de uma brincadeira sadia, mas com risco de
acidente”
Curso de Maquinista
“ Após a
Revolução de 31 de março de 1964, houve interesse da cúpula militar em treinar
pessoal do Exército para conduzir veículos ferroviários. Presume-se que tal
iniciativa tenha surgido para evitar a retenção de cargas destinadas a operação
militar motivada pelas recorrentes greves dos ferroviários. Nesta situação, as
manobras de pátio e pequenos deslocamentos das composições, poderiam ser
executadas por pessoal estranho à ferrovia desde que tivessem autorização da chefia
da área operacional de RFFSA. Foram indicados para esta operação os Sgts:
Gonçalo, Jaworski e Martinho, os quais passaram a acompanhar os experientes maquinistas na condução de
locomotiva a vapor em percursos nas proximidades de Santa Maria. Neste breve
espaço de 3 meses, não havia tempo suficiente para habilitar principiantes a
conduzir trens, por isso, não passaram de meros acompanhantes”
Caçando Perdiz - Atira Major
" No Parque havia um 2º Sgt aficcionado em caça de perdiz e era bom de portaria. Tinha arma calibre 20 e um cachorro bom farejador, bem treinado, e dificilmente errava tiro no vôo(Tiro disparado em perdiz correndo no campo dizia-se: tiro no pio). Havia também um Major que saia junto para caçar, mas era mal de pontaria. Errava quase todos os tiros disparados. Quando a perdiz alçava vôo, o Sgt dava-lhe a oportunidade de tiro dizendo: Atira Major ! Ao perceber que havia errado o tiro, disparava sua calibre 20 e atribuía o mérito ao Major. Por esta razão ganhou o apelido de "Atira Major" "
Caçando Perdiz - Atira Major
" No Parque havia um 2º Sgt aficcionado em caça de perdiz e era bom de portaria. Tinha arma calibre 20 e um cachorro bom farejador, bem treinado, e dificilmente errava tiro no vôo(Tiro disparado em perdiz correndo no campo dizia-se: tiro no pio). Havia também um Major que saia junto para caçar, mas era mal de pontaria. Errava quase todos os tiros disparados. Quando a perdiz alçava vôo, o Sgt dava-lhe a oportunidade de tiro dizendo: Atira Major ! Ao perceber que havia errado o tiro, disparava sua calibre 20 e atribuía o mérito ao Major. Por esta razão ganhou o apelido de "Atira Major" "
Motor esférico do Sgt Zanini
“ O 3º Sgt
Nilvon Paulo Zanini exercia suas funções nas máquinas operatrizes das Oficinas
Produtoras onde gostava de satisfazer suas curiosidades de professor pardal. A
todos os momentos vinha mostrar seus produtos inventados e gerados com recursos
não existentes nas antigas máquinas. Ele mesmo criava seus dispositivos para
geração de peças especiais como produção de rosca de passo não padronizado,
afiadores de ferramentas e outros. Dentre suas criações, resolveu construir um
motor esférico, compacto, usando 2 hemisférios, com possibilidade de fornecer
400 CV. Sua ideia inicial era utilizar o sistema de combustão do motor diesel –
auto combustão, isto é, sem o uso de
velas de ignição. Construiu as partes e foi montando e ajustando a movimentação
das peças dentro da concepção do projeto. Na 1ª tentativa não ocorria a
explosão, sendo necessário instalar vela de ignição. Em sabendo do seu feito, o
ITA – Instituto Tecnológico da Aeronáutica – ofereceu uma oportunidade para
mostrar seu trabalho e desenvolver outros projetos. Logo retornou ao Parque
trazendo alguns conceitos de funcionamento daquele modelo, acreditando sempre
no sucesso do seu invento. O projeto não decolava, por isso solicitou apoio ao
Eng. Bressan, formado pela UFRGS em 1970, que examinou a concepção do futuro
motor e percebeu que não se vislumbrava sucesso naquele modelo. Contrariava
alguns princípios básicos da transmissão
e dissipação de calor gerado, relação entre potencia e o tamanho da máquina
inconsistente, falta de vedação entre as
peças que se movimentam entre si, deformação dos componentes devido ao
calor não controlado e outros.
Procurou-se deixar claro que o projeto tem seu valor como ponto de partida para
outros inventos de modo a não cercear seu entusiasmo na pesquisa de outros
projetos. O referido invento entrou em compasso de espera, isto é, não
prosseguiu”
Atletas parqueanos em Jaguari
“ O Cabo
Scherer era um aficionado em futebol e se enamorou da filha do Agente da Estação Ferroviária de Jaguari,RS, e, numa de suas visitas àquela cidade, combinou com os atletas jaguarienses
a realização de um confronto futebolístico. A delegação do Parque fretou um
ônibus da Empresa Barin Ltda e partiu para a terra das Belezas Naturais,
estacionando o veículo na frente do Bar Marcon, ao lado do Cine Teatro Ideal,
hoje transformado em supermercado. Ali a delegação foi fotografada conforme
foto postada abaixo, bem como foto da equipe parqueana, com uniforme de jogo,
também aqui postada. O resultado no campo foi favorável aos donos da casa,
restando aos visitantes a lembrança de um bom encontro de
confraternização. Eis as fotos:
1-Lauro; 2-Bressan; 3- NI; 4-Quirino; 5-NI; 6-NI; 7-NI; 8-Pedro Alves; 9-Armando Schneider; 10-Bueno; 11-NI; 12-Nardin; 13-Lúcio; 14-Ari; 15-NI; 16-NI; 17-NI; 17A-Pinto; 18 Ely; 19-NI;20-Muniz,; 21-Schener - 22-NI; 23-NI; 24-NI; 25-Martlinho; 26-Cesar; 27-Otacilio; 28-NI; 29-Paulo Soares; 29A - Liberali; 30-NI; 31-NI; Obs: NI=Não Identificado.
1- Martinho; 2-Muniz; 3-Neves; 4- Geni; 5- Barcelos; 6-Cesar; 7-Liberali; 8-Bressan; 9-Padoin; 10- Jandir; 11- Soel.
********
1-Lauro; 2-Bressan; 3- NI; 4-Quirino; 5-NI; 6-NI; 7-NI; 8-Pedro Alves; 9-Armando Schneider; 10-Bueno; 11-NI; 12-Nardin; 13-Lúcio; 14-Ari; 15-NI; 16-NI; 17-NI; 17A-Pinto; 18 Ely; 19-NI;20-Muniz,; 21-Schener - 22-NI; 23-NI; 24-NI; 25-Martlinho; 26-Cesar; 27-Otacilio; 28-NI; 29-Paulo Soares; 29A - Liberali; 30-NI; 31-NI; Obs: NI=Não Identificado.
1- Martinho; 2-Muniz; 3-Neves; 4- Geni; 5- Barcelos; 6-Cesar; 7-Liberali; 8-Bressan; 9-Padoin; 10- Jandir; 11- Soel.
********
CESO - Centro Social e a inadimplência
" O Parque montou, junto ao Refeitório das Praças, um mini-mercado contendo produtos de 1ª necessidade como arroz, feijão, massa, farinha, açúcar, mais uma linha de guloseimas, refrigerantes e algumas bebidas quentes. Havia um Sgt administrador e uma equipe de apoio que fazia as compras, atendia no balcão e fazia cestas básicas para atender as encomendas dos consumidores. Ao fim do espediente o comprador transportava os produtos já embalados para consumir em sua casa. Todas as compras eram realizadas para pagamento no fim do mês, através do desconto em folha de pagamento.
Seu funcionamento teve curta duração devido ao endividamento contumaz de alguns descontrolados consumidores que ultrapassavam o limite de desconto do seu soldo. O capital de giro desapareceu nas mãos dos inadimplentes, não havendo outra saída senão seu fechamento.
Granja de hortigranjeiros do Parque
" Devido a grande área disponível nas imediações da OM, foi permitido explorar uma grande horta com diversos tipos de hortigranjeiros, aliviando os custos de preparação dos alimentos consumidos no rancho da OM. Havia, inclusive, crianção de aves, suinos, peixes e outros, em áreas fechadas e protegidas. No decorrer do tempo, com a saída de pessoal entendido nessa área, não houve reposição de pessoal qualificado em agrícultura para tornar a atividade auto-sustentadada, resultando na sua desativação."
Quem tiver alguma estória ou história interessante e quiserdivulgá-la, use este espaço.
ResponderExcluirSou o então sgt Zanini, hoje com 83 anos e desejo contribuir com algumas correções que serão úteis para que a real história não se perca por pequenos detalhes.
ResponderExcluir1) O inventor do motor esférico rotativo é o Cel Mário Miranda Junior.
Este motor esteve na FNM (feneme) por três e não foi devolvido por tratar-se de uma impossível construção devido á falta de recursos dos equipamentos na época. Não me avisaram que era impossível, me pagaram a missão, eu criei as condições, fui assumindo a paternidade da criança e a cumpri . O comandante, Cel Marcos de Jesus Pereira Porto, criou um laboratório para que se fizesse a pesquisa de usinagem apenas.
A pesquisa de materiais, arrefecimento exaustão etc...se faria em outras etapas Escolhi entre os cabos das oficinas produtoras, como auxiliar o cabo Mário Regis que era um exímio operador de máquinas (e que sonhava com a solução dos grandes problemas) tal o grau de preocupação e comprometimento com o projeto.
Partimos de um protótipo em madeira, fizemos desenhos, fundição, usinagem, montagem etc... Resolvemos faze-lo funcionar e quando aconteceu houve um grande entusiasmo da maioria dos integrantes do Parque. Vários detalhes foram otimizados aqui na UNICAMP, para onde eu e o motor fomos trazidos pelo então reitor Zeferino Vaz.
Fui transferido para Campinas, passei à disposição da UNICAMP onde lecionei 17 anos no Colégio Técnico, paralelamente às pesquisas.
Criou-se o CPE, Centro de Pesquisas Especiais onde outros motores foram pesquisados, além de inúmeros outros projetos. O Cel Porto passou a fazer parte do grupo (CPE) quando foi para a reserva.
Eng. Hermes Bressan - 29/12/2023 - 18,12h
ResponderExcluirPor acaso resolvi dar um passeio no Blog dos Parqueanos e tive a agradável surpresa de ler tua observação esclarecedora da trajetória de um projeto desafiante. Mesmo que não tenha chegado a um propósito desejado, o mérito da invenção não perde o brilho da idéia precursora do invento nem desqualifica seus idealizadores. Alegra-me em ter o retorno de minhas abordagens, as quais reativaram a memória daqueles que tiveram o privilégio de servir no Parque. Forte abraço.
Se o amigo Paulo Zanini entendeu que minha intenção era apenas relatar fatos do PqRMM/3 e não desmereceu sua atuação, nossa amizade continua cada vez mais sólida. Um grande abraço.
ResponderExcluir